quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Death, in its most beautiful way...


VESTES DE LUZ

Algum traço de medo fez meu rosto mudar de expressão.
Eu liguei o rádio para me distrair, mas não pude apreciar sequer uma canção.

As paredes desse quarto parecem querer me esmagar, chegando cada vez mais perto.
E eu já não sei mais definir o que é errado e o que é certo.

A luz tenta continuar brilhando no alto do teto desbotado.
O relógio não para, seus ponteiros correm rápido para me mostrar que logo tudo estará acabado.

Eu olho pela janela e vejo um navio cheio de almas acorrentadas afundando no meu jardim.
Eu me ajoelho e choro, pois sei que eles não mereciam esse fim.

Meus ombros são fracos, eu já não consigo mais os erguer.
Uma criatura de luz repousa ao meu lado e diz: "Aqui, deverás ficar e perecer”.

A luz está quase se apagando e eu mal consigo enxergar.
E embora a criatura ao meu lado seja feita de luz, meus olhos estão demasiadamente cansados para ele poder os iluminar.

Um dia cheio de eternidade...
Um coração carregado de saudade...

Um ser fraco e lamentável...
Uma criatura bela, porém nada amável...

A morte se vestiu de luz para vir me buscar.
E já não me resta mais alternativas a não ser me entregar...

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