terça-feira, 30 de agosto de 2011

In the desert of set...


DESERT HIGHWAY

O luto um dia chega ao fim.
Embora nenhum tempo seja determinado.
Secará tuas lágrimas e continuarás caminhando.

É tudo o que sei da vida.
É tudo que pude coletar por experiência.
Andar em um deserto de pensamentos é tão estranho.
Sem ter uma memória para me amparar.
Um mau presságio e uma prece.
Uma lágrima e nada mais.

Minhas botas podem aguentar.
Meus joelhos podem fraquejar.
Meus olhos podem arder.
Minha boca pode secar.

Meu coração jamais desistirá.

Vento e areia são minha única companhia.
A estrada não aponta um fim.
Eu realmente não me sinto desanimado, pois a emoção do desconhecido é melhor do que a dor do comum.

Vou comprar um maço de cigarros e uma garrafa d'água.
Respirar fundo e seguir em frente.
Pois recentemente percebi, que não posso, não quero e nunca vou parar!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

And I fade...


DESAPARECER

Quando uma estrela caiu do céu, eu vi seu brilho refletido na poça de minhas lágrimas incontáveis.
O sorriso daquela criança desapareceu em meio à névoa.
E as sombras finalmente puderam me consumir.

Está ficando cada vez pior conviver com esses fardos diários.
Nada mais parece ter vida, nada mais parece ter um motivo para ser.

Estas mãos que carregam e cobrem corpos frios me fazer tremer.

E então eu desapareço...
Antes que o sol nasça.
Esperando para que um anjo me levar junto a ele.

Meu céu foi todo pintado de cinza.
Minha paz foi roubada como um bem material qualquer.

Tudo o que me faz chorar...
Abandonado para sempre.

Repouso deitado no chão frio e lamento por tudo.

Quando isto vai ter um fim?
Eu daria tudo para saber...

Enquanto aguardo minha absolvição imaginária, eu desapareço...

Até que meu sangue pare de correr por essas veias estreitas.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

I thought that things like this get better with time...


OBITUÁRIO SENTIMENTAL

I. - CAUSA:


É bem como dizem:
"Nunca reclame do seu estado, pois ele pode piorar."
E exatamente neste ponto que eu percebo que essa é a verdade em sua forma mais exposta.
Joguei todas as cartas que havia escondido na manga.
Acho que não tenho mais armas para lutar.
Não tenho mais argumentos para discutir.
Não tenho mais forças para persistir.
Tão próprio da minha natureza, cair de joelhos e desistir.

II. - CONSCIÊNCIA:

Sempre tive plena consciência de que eu não seria aquele que lhe faria feliz.
Que não seria aquele que você desejaria sempre ter por perto.
Que não seria o motivo do seu sorriso pela manhã.
Mas nunca pensei que isso poderia me machucar tanto quanto agora.
Que você nunca teve e nunca terá medo algum de me perder.
Sussurrei para os meus próprios ouvidos escutarem que você é uma prece não atendida.
Calei a voz dentro de mim que me dizia para lhe contar tudo o que eu sentia para não afastá-lo de mim.
Isso tudo funcionou, não vou negar.
O único problema é que a dor, nem por um segundo sequer, chegou a ceder.

III. - RAZÕES:

Todas as lágrimas que encharcaram o meu travesseiro não caíram por fraqueza, e sim pelo instinto de protegê-lo.
Eu não podia destruir um sentimento tão puro que tocou meu ser com tamanha magnitude.
Ao mesmo tempo em que eu nunca pude nutri-lo para não matar meu coração subitamente.
Eu não poderia te machucar.
Eu não poderia te assustar.
Nunca seria capaz.
Só queria mantê-lo por perto.
Só queria sentir que o meu único motivo para acordar todos os dias ainda era real.

IV. - FATOS:

Agora, a situação está realmente ruim.
Sinto que de uma vez por todas, eu te perdi!
Eu não estava preparado para levar esse golpe tão violento.
Meu coração ainda está fraco, como se fosse um simples moribundo.
Não posso interferir no seu destino.
Não posso mudar a sua vida.
Eu não mereço tê-lo.
Eu nunca mereci.
Perdi todas as apostas.
Perdi toda e qualquer ambição de contornar essa situação.
Eu posso implorar, eu posso gritar, chorar e rastejar.
Isso não muda em nada o fato de que você está indo embora.
E não vai mais voltar...

V. - ARREPENDIMENTOS:

Sempre ouvi dizerem que reclamo muito da vida, reclamo muito do amor.
Às vezes acho que sinto tudo com demasiada intensidade.
Mas de longe, essa foi a maior overdose de desilusões e fracassos pela qual meu coração e espírito já passaram.
Chega a ser ridículo dizer, mas eu lamento em saber que vou sobreviver a tudo isso.
Pois como tudo que eu já senti com tamanha intensidade, eu queria que este sentimento morresse assim.
Junto com o meu corpo.
Assim meu sentimento seria imortalizado.
Para sempre meu espírito devoto somente a ti.
Você deixou tudo muito claro pra mim.
Eu nunca clamei pelo seu amor, e nem por isso ele foi enfraquecido.
E eu apenas me arrependo de tudo o que não aconteceu.
De tudo que eu não pude concretizar perante seus olhos.

VI. - ANSEIOS:

Tua voz...
Teu cheiro...
Teu sorriso...
Teu sarcasmo...
Teu mau-humor...
Tuas lágrimas...
Tua presença...
Teu abraço...
Tua insanidade...
Tua lucidez...
Tua calma...
Tua raiva...
Teus olhos...
Tua vida...
E acima de tudo...
A ausência completa de medo que eu sentia quando eu estava ao teu lado...
Eu queria poder sentir tudo isso apenas mais uma vez...
Uma última vez.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Time is an abyss profound as a thousand nights...

...TEMPO...

O tempo é uma algema que me aprisiona junto à horas dolorosas e solitárias.
É ridículo ter que esperar pelo desconhecido.
Queria poder passar essas horas infinitas e correr até o fim dos corredores do tempo.
Ou ao menos poder voltar ao tempo que foi bom...
O tempo é um inimigo que me apunhala traiçoeiramente pelas costas com uma faca enferrujada.
Nenhum santo, nenhum salvador para me amparar.
Eu continuo esperando.
Esperando para viver...
Esperando para morrer...
Esperando por uma salvação que nunca virá!
Ah, como eu queria poder controlar os ponteiros do relógio.
Mudar o tempo.
Esse mesmo tempo que me faz sofrer esperando por uma absolvição ilusiva.
Até quando terei que esperar?
Estou contando os segundos para que essa agonia logo chegue a um fim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Can't you see that you're fading?


FFFADING...

Decidiu se despir de todos os empecilhos.
Despiu-se de toda a vergonha.
Deixou para trás as tempestades e a dor.
Conseguiu se entregar à emoção.

Faria qualquer coisa para trazê-lo pra mais perto de si.
Mas ele sabia que não podia.
Sabia que ele não viria.
E isso o entristece.

Ele não o culpava por sua fantasia tola e patética.
A culpa era toda carregada por seus próprios ombros.
E agora, já não sabe mais o que fazer.
Muito menos o que dizer.
E isso o entristece.

Tinha plena consciência de que a ausência não poderia
matá-lo.
Mas sim a tristeza.
Tentou transformar o impossível.
Mas a transformação acabou acontecendo da forma
errada.

Todos os pensamentos agora vão se perder.
Todos os sorrisos no meio da noite irão se apagar.
E tudo o que restará serão aquelas mesmas lágrimas.
E isso o entristece.

Isso o faz desaparecer pouco a pouco...