LOVE KILLED ME TODAY (PART I & II)
I. CAIR DA NOITE
Eu sei que você não tem a mínima vontade de segurar a minha mão...
Mas mesmo assim eu continuo estendendo-a para você.
Eu sei que você não tem nenhum plano para o futuro no qual eu esteja incluso...
Mas mesmo assim eu continuo sonhando a minha vida de acordo com os seus gostos.
Eu sei que no seu mundo eu sou só mais um rosto familiar...
Mas mesmo assim o meu mundo continua a girar na tua órbita.
Eu sei que a minha voz não tem efeito nenhum sobre você...
Mas mesmo assim, só de ouvir a sua respiração meu coração fica inqueto.
Eu sei que você ainda não bebeu o bastante para dizer que me achou uma pessoa legal...
Mas mesmo assim eu continuo esperando que ainda sóbrio, você sente ao meu lado e me abrace.
Eu sei que você me considera mais um...
Mas mesmo assim eu continuo imaginando que você pode ser o meu único.
Eu sei que você não dá a mínima importância para os meus sentimentos...
Mas mesmo assim eu continuo a ponderar as minhas palavras para não dizer nada que te machuque.
Eu sei que se eu disser que me importo com você, você apenas fingirá uma sorrateira gratidão...
Mas mesmo assim eu continuo matando e morrendo para ver o seu bem-estar.
Eu sei que você não faz questão alguma de contar ás pessoas quem eu sou...
Mas mesmo assim eu continuo a declarar aos meus amigos o quão especial você é para mim.
Eu sei que você baseia sua vida pensando somente no hoje...
Mas eu continuo me sacrificando para fazer parte do seu amanhã.
Eu sei que quando eu cair você não estará para me levantar...
Mas eu continuo colocando seu braço sobre o meu ombro para não te deixar fraquejar.
Eu sei de tudo isso...
Mas continuo ignorando todos esses pontos negativos e fingindo um pouco de esperança...
II. AMANHECER
A luz da manhã revela sua força, e eu fico grato pelo sol que seca essa vertente de lágrimas excessivamente salgadas em meu rosto.
Enquanto você dorme o sono dos (in)justos eu continuo acordado pensando em uma ou duas maneiras de fazer você desaparecer dos meus pensamentos.
Mesmo não conseguindo adormecer, tenho medo de cair no sono e sonhar com você.
Amanhã ou depois você nem ao menos lembrará do meu nome, e eu ainda vou estar rabiscando o seu em folhas manchadas.
A paranóia já exerceu muito bem sua função e consumiu minha mente.
Enquanto na sua mente predomina o pensamento de quem será o próximo, a minha é inundada pelo seu belo semblante.
Minha roupa ainda tem o seu cheiro, e eu sei que a sua ainda tem o meu.
Mas a diferença é que somente eu irei notar isso.
Eu não sei qual é o seu problema...
Mas o meu é você!
Estou acabando com tudo, e não consigo parar.
Estou jogando sal em minhas feridas.
E sigo sem entender o valor de tanta auto-flagelação.
O sono finalmente veio brevemente, e logo me deixou.
Como eu temia, em meus sonhos, lá estava você!
E então um profundo ódio de mim mesmo substituiu a quietude.
Por um segundo... apenas por um segundo, eu desejei que você estivesse morto.
A partir do segundo seguinte, a dor e a verdade desse pensamento me inundaram, e eu percebi o quão estúpido fui.
Pois nesse breve segundo em que você supostamente deixaria de respirar, você levaria toda a minha gana de viver junto consigo.
Me perdoe...
Qualquer dia desses eu vou te encontrar e te abraçar bem forte de novo.
Vou olhar no fundo dos seus olhos e dizer que eu só preciso descansar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário